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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sua paz


Às vezes a saudade parece maior, às vezes menor. Mas ultimamente não consigo mais ignorar as coisas, parei de me ignorar. Há muito tempo parei de viver semana após semana, mês após mês ou até dai após dia, luto para suportar uma única hora. Não tem sido fácil, sua presença é permanente na minha cabeça, seu sorriso é constante em minha memória, eu perdi a sanidade e não encontro minha paz. O que me leva a lembrar da paz que me dominava na sua presença, era difícil ficar perto de ti sem te tocar, sem te beijar ou dizer o quanto te amava, tudo que eu queria era estar perto de você, mas lutava contra minha vontade, sentia  meu rosto esquentar e meu coração acelerar quando você se aproximava, tentava segurar as palavras sem sentido que saiam da minha boca, mas ainda assim tudo que eu queria era você, a força e o calor que o cercavam, a segurança da sua voz, a luz dos teus olhos, a alegria do seu sorriso... A paz da sua presença. Já não quero lembrar das causas, dos motivos que te levaram de mim, que arrancaram minha paz, que me deixaram tão sozinha. O destino pode ser tão cruel assim, capaz de me separar da pessoa que eu amo? Coração, corpo, mente e alma, numa conexão que parecia tão inseparável. Você teve seus motivos para ir e eu para ficar. Penso então que temos razões para estarmos um longe do outro. E tudo que eu posso dizer agora, é que não tem sido fácil. Manter minha mente sã, longe de você, das nossas lembranças tem sido meu maior desafio. Eu sei, não tem cabimento, mas eu ainda me pego às lágrimas na madrugada. Sei que deveria estar sorrindo, pois foi real – e eu sei o quanto foi real – mas meu sorriso desaparece em minhas lágrimas, e elas insistem em dizer que tudo isso é utopia, e não passou disso. Tento me conformar com a tua falta, mas não é nada fácil. Então ouço a tua voz dizendo para não desistir, mas por quê? 
 É como se eu estivesse procurando por algo que jamais encontrarei, algo que não existe, e não é nada sobrenatural passar a vida procurando, esperando e amando a pessoa amada. Não é?
Leio as paginas dos antigos diários e me lembro com clareza da vida sem você, uma dor surda e sem nome, uma vazio, a procura de algo que não sabia o que era, algo que me preenchesse me fizesse sentir, e de alguma forma eu soube, quando olhei nos seus olhos, que era você que eu procurava, que era por você que eu esperei 14 anos e não me importo de esperar a minha vida inteira.

   16 de fevereiro de 2010
           Querido diário;
Me sinto estranhamente mal, não é a vertigem da volta às aulas ou o clima estranho entre eu e minhas amigas, é algo diferente, é um vazio estranho. É como se eu estivesse constantemente esperando por algo, é como se eu amasse algo, muito, perdidamente e incondicionalmente algo que vai além de mim, mas como sou tão estúpida? É como seu eu esperasse a pessoa amada, mas quem? Me sinto tão ridícula, mas a verdade é que dói e não é algo que eu possa compartilhar com ninguém. É algo que não entendo, uma dor sem motivo, é simplesmente vazio, é simplesmente como se minha vida não tivesse mais sentido algum.

Eu sempre escuto aquela musica que lembra você, sempre, incontáveis vezes.
Te amo querido, muito. Te amo mais que qualquer coisa. 

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