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sábado, 9 de outubro de 2010

Prazo final

   É horrível ver seus pais planejando o seu improvável futuro, que talvez não exista, que talvez não aconteça. Tantos e planos e promessas, e nada para depois.
   Eu tenho um prazo final. Minha única certeza, a única possibilidade de ser feliz, a única chance. É idiota, mas se eu não passar naquela prova - ou você - seriá o fim, porque essa é a única saída que eu encontro, te ver todos os dias durante 4 anos, é o paraíso bem no meio do inferno. As possibilidades existem, não é algo impossível, um pouco difícil, mas é o máximo que eu posso fazer, se você ao menos... tentasse... me ajudasse a sobreviver... porque mesmo que eu não passe nessa prova a gente poderia... se encontrar de vez em quando. Ah sim, isso seria motivo suficiente para eu viver!!! Se no ultimo dia da minha vida eu tivesse certeza de que ia te ver, eu viveria até lá só pra isso. 

"Os sonhos escuros e vazios e escuros eram desagradáveis, era como se eu morresse - e já havia visto a morte de perto, sabia exatamente como era -, eu estou caindo, estou me afogando. Mas, ainda assim, a morte era extraordinariamente e incomparavelmente mais fácil do que a vida, do que ficar lúcida e suportar a dor. Esse era o principal motivo para eu desejar a morte, era o fim de tudo, o fim da solidão e da dor, mas o que me impedia era o fato de nunca mais ver ele - apesar de não acreditar que um dia o veria novamente -, ele estava em algum lugar, mesmo que não esperando por mim; ele existia."

Trechos do livro Luz Sem Gravidade (Luana Aparecida Pereira), sem previsão para publicação.

Um comentário:

  1. Gostei do seu texto, como todos os outros, está ÓTIMO.
    Eu já disse que adoro passar aqui? Seus textos são incríveis.

    Ah, e este livro que mencionou, será seu? Quero dizer, você que escreveu? Porque se for, eu com certeza irei comprá-lo! haha, mas é verdade. Seria ótimo ter um livro seu.

    Beijos, Dreams.

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